Sandro Araujo

26 de outubro de 2016

                   O Agente Especial da Polícia Federal (APF) e Vereador eleito do Município de Niterói(RJ), Sandro Araujo, sempre esteve diante de duas forças: A primeira é ser um Agente de Policia Federal, função que exerce há mais de 20 anos. A segunda é a busca por uma inserção social de jovens através do projeto social, “Geração Careta”, que Sandro Araujo idealizou juntamente com o Diretor de Comunicação do SSDPFRJ, Alexandre Guerra. Ambas as forças exigem uma compreensão ampla da realidade que nos cerca, pois ora o professor de Física, Sandro Araujo, lida com as forças invisíveis que atuam na falta de políticas públicas voltadas para a educação, que estão atreladas a segurança pública, ora o APF tem a árdua função policial de combater aqueles que atuam contra a Lei. Diante de um desequilíbrio de forças, que acaba levando o pêndulo da criminalidade a exercer um peso maior na sociedade, é que o APF Sandro Araujo resolve utilizar a equação básica para a resolução de problemas sociais: candidatar-se a Vereador em seu município, Niterói.

                  O equilíbrio dessa equação teve inicio no projeto “Café com Política” institucionalizado pela “Diretoria Novo Tempo” que, no período eleitoral, apoiou a pré-candidatura dos vereadores associados ao SSDPFRJ, que pertencem ao diversos municípios do Rio de Janeiro. O APF Sandro Araujo esteve presente ao projeto e, naquele momento, iniciava seu caminho para a eleição vitoriosa. O Vereador Sandro Araujo foi eleito com 2443 votos, em Niterói, ficando em 17º lugar na cidade que tem 487.562 habitantes, com 129,4 km² quadra-dos e possui um alto índice de violência. Para saber mais sobre sua trajetória e projetos, a Revista SSDPFRJ entrevistou o APF, Vereador, prof. Sandro Araujo sobre as três faces desse Agente de Polícia Federal, que passa a vida tentando equacionar as forças necessárias para contribuir com uma sociedade melhor.

  1. Conte-me algo que não sei sobre você e o Departamento de Polícia Federal?

Para mim é mais que uma profissão. Nunca considerei emprego. Quase um sacerdócio. Ser policial federal é uma forma de viver.

  1. Gostaria de saber, na usa opinião, qual deveria ser o verdadeiro papel da polícia? O de  prender, de prever,  de vigiar, de punir, de investigar, ou de servir de  referência como agente da lei ?

Acho que a Polícia tem como missão preponderante proteger a sociedade e atuar para garantir o cumprimento da lei. Entretanto, é duro perceber que, muitas vezes, somos usados como mero instrumento de marketing governamental. Acredito muito que devemos evoluir em nosso método investigativo, tornando-o mais célere, de forma que saia do século XIX, onde se encontra. Porque, não adianta ter policiais preparados e tecnologias se têm uma peça como o Inquérito Policial, que vai na contramão de tudo o que o mundo moderno espera de nós, em termos de agilidade de resposta.

  1. Como foi o início da sua carreira na PF e como a sua experiência como APF pode te ajudar na carreira pública?

Vim direto para a SR/RJ em 1996. Tive a sorte de trabalhar com alguns dos mais legendários policiais da história. Verdadeiros ídolos para mim, até hoje. Minha primeira lotação foi a DELEPREV. Acho que o fato de quase sempre ter sido de Operações e ter feito bons cursos na área fez com que aumentasse o meu grau de objetividade no planejamento e execução de projetos. Quando fui coordenador do NUMIG de Niterói, entre 2007 e 2010, isso ficou bem claro.

  1. Como surgiu essa ideia de se candidatar a vereador? Foi  a primeira vez?

Para falar a verdade eu nunca havia pensado nisso. Foi uma decisão do grupo ao qual pertenço. Policiais amigos e membros do Projeto “Geração Careta”, que coordeno, pediram-me reiteradas vezes que eu me candidatasse. Aceitei em nome de um projeto maior para nós policiais federais e por conta do alcance do projeto social.

  1. Você mencionou o “Geração Careta”, sabemos que  têm um trabalho forte na área social, em Niterói,  explica como surgiu o projeto e qual é o foco de atuação?

O “Geração Careta” surgiu dentro da delegacia de Niterói em 2003. Quando o chefe na época criou o Grupamento de Pronto Emprego, eu coloquei na Instrução de Serviço um item que era “ministrar palestras de prevenção ao abuso de drogas em escolas”. O delegado Aldeir Bório só se deu conta depois e aí nós já estávamos dando palestras. Sou professor do ensino médio de origem e acreditei que a prevenção seria a melhor forma de combater o abuso de drogas.
A partir dali, crescemos, ganhamos atividades desportivas, pré-vestibular comunitário, já atendemos mais de cinco mil alunos e temos 480 jovens participando do projeto, hoje.

  1. Para você qual é o papel do vereador?

Fiscalizar o executivo e propor projetos de lei que sejam verdadeiramente interessantes para a cidade. Mas no meu caso, a legitimidade do voto fará com que eu possa atingir todas as áreas da cidade, para levar a iniciativa social que coordeno.

  1. Quais são os principais problemas de Niterói, hoje, e qual a sua bandeira de atuação?

Niterói, assim como toda cidade de bom índice de desenvolvimento humano, sofre com o aumento da violência. Segurança Pública se tornou minha grande bandeira, apesar das limitações que o município tem para lidar com o tema. Apostamos na capacidade de articulação com as forças policiais presentes na cidade, para que ocorra uma atuação coordenada e inteligente para reduzir os índices que hoje são alarmantes.

  1. Como abordou, Niterói tem um índice de criminalidade grande. Qual é a sua proposta para a cidade?

A análise deve ser feita ponto a ponto. Fizemos um balão de ensaio numa das ruas mais assaltadas da cidade. Analisamos as características dos crimes, a topografia da rua, horários. Depois nos reunimos com os dirigentes da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Guarda Municipal, além de outros atores do poder público municipal. Traçamos um plano para a rua que envolveu iluminação de calçada, poda de árvores, instalação de câmeras de monitoramento, diminuição do tempo do sinal de trânsito, mudança no posicionamento tático das viaturas de patrulha e mais uma série de outras medidas.  Vamos usar essa mesma metodologia para fazer esse levantamento em cada rua da cidade.

  1. Existe um apoio dos próprios policiais federais em te lançar como Deputado Federal, acha que está sedo para se falar nisso?

Surpreendi-me no início. Mas o que seria da vida de nós, policiais federais, se não estivéssemos aptos a aceitar as Cruzadas mais difíceis? Estou às ordens dos colegas.

  1. Para fecharmos, que mensagem você tem a deixar para a categoria Policial Federal?

De tudo o que vivi nesta Polícia, o maior tesouro que adquiri foram às amizades mais sinceras e fortes que fiz nesta vida. Tive a oportunidade de conviver com ícones que jamais esquecerei. Agradeço a Deus por ter conhecido essas pessoas.

 

Notícias