Na Polícia Federal, instituição em que as mulheres são minoria, o Dia das Mães ganha um tom de quebra de barreiras, mas principalmente de contar a história de mulheres pioneiras.
A chefe do NO da Delecor, a APF Adriana Costa, brinca que é a policial com mais filhos na PF. Ela é mãe de quatro: Daniel, 27, João Pedro, 25, Gabriel, 16, e Giovana, 8. Mas, apesar da descontração, o começo de carreira da APF foi complicado. Seu terceiro filho era bem pequeno quando ela foi lotada no Amapá durante um ano longe da família.
“Sempre trabalhei e fui muito lutadora. Mas, no início, a demanda de trabalho era grande. Havia muitas missões e viagens. Precisei me ausentar de casa e dos cuidados com o meu filho que precisava mais de mim. ”, explica.
Para ela, falta entendimento à instituição sobre a realidade da maternidade. “Nem todas têm parceria do marido. Algumas são mães solo. Não é porque eu consegui fazer que todas vão. Trabalhar ou viajar com filho doente é horrível. ”, desabafa.
A EPF Marlene Chuva se aposentou há seis anos, aos 52, também porque queria ficar mais tempo com as filhas. Ela lembra que durante a carreira na PF deixava as meninas, Beatriz, 20, e Gabriela, 16, na creche/escola por cerca de 10 horas para trabalhar.
“Os primeiros anos da Beatriz foram difíceis. Depois, com a Gabriela, minha mãe veio morar perto de mim e me ajudava. Mas sempre era complicado quando elas ficavam doentes juntas.”, entrega.
Ela lembra que algumas vezes trouxe as filhas para o trabalho e chegou a improvisar um berço quando eram pequenas. “No dia do mestre, a creche fecha e a mãe precisa trabalhar, mas não tem com quem deixar o filho, né”, brinca ela.
A respeito da maternidade, Marlene explica que aprende o tempo todo com as filhas a evoluir sempre. “A vida de mãe é feita de erros e acertos. Não tem manual. É uma das missões mais difíceis que as mulheres passam, pois não podemos delegar tal tarefa, mesmo que haja uma rede de apoio”, afirma.