Luta por valorização e disposição após aposentadoria marcam policiais sindicalizados ao SSDPFRJ

17 de setembro de 2021

“Uma vez policial, sempre policial”. A frase simboliza que, mesmo aposentados, os agentes de segurança pública não deixam de ser policiais. No entanto, a partir do momento em que deixam o Departamento, o tratamento que recebem quando retornam à casa que serviram por tantos anos deixa a desejar. Um exemplo disso aconteceu em março de 2018, quando os policiais e agentes administrativos estavam sendo qualificados como visitantes ao ingressar na SR/RJ. Foi uma batalha ganha pelo SSDPFRJ, que conseguiu modificar as regras de acesso à instituição para servidores aposentados. No crachá de acesso para a SR/PF/RJ, em que muitos trabalharam, consta agora a palavra “Servidor Aposentado”.

Outro pleito antigo do SSDPFRJ foi conferir cautela de pistola Glock e oferecer um programa de tiro nos mesmos moldes estabelecidos aos servidores da ativa, juízes e membros do MP. A Portaria de concessão de arma aos aposentados foi publicada em 2020, tendo o prazo para os requerimentos se iniciado em novembro do mesmo ano com encerramento previsto para novembro de 2021. A partir de então, somente poderão requerer armas o pessoal da ativa que entrar com requerimento de aposentadoria.

“Quando você se aposenta, não desempenha mais a função, mas continua sendo policial. Então, é importante essa atitude de manter o aposentado com arma acautelada. Preserva a nossa segurança e a de terceiros”, comenta o APF aposentado Wilson Ferreira Pinna.

A política de valorização dos aposentados está na agenda do Sindicato desde 2015 com a Gestão Novo Tempo (2015-2018) que lançou a categoria “Aposentadoria de Servidor da Polícia Federal”, do Prêmio Medalha do Mérito Policial Federal , e continuou na Gestão Rumo Certo (2018-2021). Em 2018, pela primeira vez, a SR/RJ realizou uma cerimônia institucional de homenagem aos aposentados.

“O que aconteceu foi um pleito antigo do sindicato, das Entidades de Classe e dos próprios servidores. Nós sempre reivindicamos que o órgão prestigiasse aqueles que deram seu sangue, sua vida e abdicaram de suas famílias em nome da Polícia Federal. Quando entrei aqui, em 1997, os antigos nos ensinavam e eram vistos com admiração. Hoje, são deixados de lado pela PF”, afirmou o Presidente do SSDPFRJ, Luiz Carlos Cavalcante.

Na PF carioca, o momento da aposentadoria, antes da Reforma da Previdência, chegava para os policiais por volta dos 50 anos. Ainda com energia e disposição, estes homens não pensam em parar. Prontos para desfrutar de outra fase da vida, podem olhar mais para si, começar outro trabalho ou profissão e aproveitar a família. Esse foi o caso do APF Eduardo Dantas. Aposentado aos 47, ele foi cuidar da saúde. Submeteu-se à cirurgia bariátrica e, após uma transformação física, veio a mudança no estilo de vida com a adoção de uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios físicos. Ele costuma dizer que era mais novo, mais aparentava mais idade. Hoje, parece ter rejuvenescido.

“Tem um jeito certo de se aposentar. Eu me preparei e tive tempo para me cuidar. Eu estava com problemas de saúde, tomando muitos remédios. Fiz a cirurgia bariátrica para retomar o controle da minha vida. Não sou mais diabético, nem hipertenso. Busquei ter saúde”, explica.

A aposentadoria também permitiu que ele retomasse a profissão da juventude. Oriundo de uma família de artistas, ele traz no DNA a vocação para atuação. Tirou o registro profissional de ator, voltou a atuar e abriu a produtora de filmes 2DO.

Também é comum ver policiais aposentados em cargos administrativos em órgãos públicos. É o caso, por exemplo, de Antônio Carlos dos Santos, Secretário de Ordem Pública de Itaguaí. Carlinhos, como é conhecido na PF, afirmou que a Polícia Federal lhe deu disciplina, importante para o cargo de Secretário.

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