Em mês da campanha Janeiro Branco, psiquiatra e psicólogo do SSDPFRJ falam sobre cuidados com saúde mental durante pandemia

18 de janeiro de 2021

Em tempos de Covid-19, os efeitos colaterais da pandemia e do isolamento social resultaram na interrupção de serviços em saúde mental e no aumento da quantidade e agravamento de transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão. Esse cenário intensificou ainda mais a importância da campanha nacional Janeiro Branco, criada em 2014, que visa conscientizar e chamar a atenção da população para questões em saúde mental.

O Sindicato, que sempre incentiva seus associados a cuidar da saúde emocional, criou, em 2017, o Núcleo de Atenção à Saúde, coordenado pela diretora de patrimônio, APF Janaína Magalhães. Há atendimentos gratuitos em psicologia desde 2017. E desde setembro do ano passado, a Gestão Rumo Certo (2018-2021), comandada pelo presidente Gladiston Silva, implementou o Departamento de Psiquiatria e Medicina Ocupacional, que está sob a supervisão do psiquiatra e médico do trabalho, Elcio Carvalho.

Ele esclarece que a saúde mental completa reúne várias dimensões como ter saúde física, relacional e mental propriamente dita, além de possuir um sentido para a vida. Para o médico, todas essas dimensões foram afetadas pela pandemia.

“A pandemia impôs uma mudança violenta e abrupta que exigiu adaptações difíceis de fazer. Os laços sociais estão sendo reinventados. O que era imediato passou a ser mediado. O homeoffice se impôs como outra forma de trabalho, que tem causado mais fadiga”, comentou.

No entanto, o psiquiatra sugere um lado positivo nesses tempos de Covid-19, que foi o de colocar o indivíduo mais em contato consigo mesmo. Elcio destaca a importância da reflexão para conhecer os próprios pensamentos e sentimentos e ser capaz de dominar as próprias ações.

“Saúde mental é sobre autoconhecimento. E a pandemia nos possibilitou fazer uma pausa e refletir. Podemos ter domínio sobre nossas ações, que é o que faz diferença no mundo, e assim, alinhá-las com nossos pensamentos e emoções, que são mais difíceis de controlar”, explicou.

Outro modo de cuidar da saúde mental é acrescentar atividades que aliviem as dificuldades do cotidiano. A sugestão do coordenador do Departamento de Psicologia do Núcleo de Atenção à Saúde, o psicólogo Salvador Juliano, é adaptar tais atividades para o contexto de isolamento.

“Há tarefas que temos que realizar como trabalho ou estudo, mas outras podem e devem ser atividades prazerosas e relaxantes, como exercício físico e relacionamentos interpessoais. Agora, longe de aglomerações”, ressaltou.

Para mais informações sobre os serviços do Núcleo que também funcionam remotamente, ligar para os tels. (21) 2283-2089 (psicologia) e (21) 2203-5200 (psiquiatria).

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