Na última segunda-feira, no dia do comércio, quando todos os estabelecimentos estavam fechados, a casa do povo estava aberta e tinha fila. Mais de 600 policiais de diversas corporações como: Militares, Civis, Rodoviários Federais, Guardas Municipais e Policias Federais, se apertavam para participar do primeiro seminário. “Por uma nova arquitetura na Segurança Pública: Pela adoção no Brasil do Ciclo Completo de Polícia”, cujo objetivo é debater os desdobramentos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 430/2009.
Os policias não deixariam de participar do que foi chamado, por muitos, de “momento histórico sobre o debate do Ciclo Completo de Polícia no Rio”. Por volta das 9h da manhã, o auditório da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) já estava lotado. O SSDPFRJ disponibilizou uma Van para levar os associados até o seminário. O evento teve inicio às 10h com a fala do Cel da PM Cláudio Ferraz que abordou a democratização da investigação, além de ressaltar o fim da doutrina militar, pois mais de 76% dos policiais militares querem o fim da militarização. “O primeiro garantidor do cidadão não é o delegado de policia, mas, sim, o bom policial”; disse o Coronel, que foi bastante aplaudido.
O fim da militarização e a unificação das polícias é o caminho para o início do “Ciclo Completo de Polícia”, que permite Policiais Militares, Policiais Civis e Policiais Rodoviários Federais façam ambas as funções de policiamento ostensivo, preventivo e funções judiciárias e investigativas. A Polícia Federal é a favor do “Ciclo Completo de Polícia”, pois é única Polícia que possui Ciclo Completo. Porém, em função da falta de um plano de cargos e salários acaba tendo várias dificuldades. “O problema da Polícia Federal é a falta da carreira única, sem um plano de cargos e salários a Polícia Federal acaba sendo controlada pelos Delegados de Polícia, o que acaba com as suas potencialidades de atuação, sendo utilizada como se fosse uma Polícia Civil”, explica Policial Papiloscopista Federal Ricardo Ventura, que é Mestre e Doutorando em Direito pela UFF e representante do SSDPFRJ.
O Doutor e Professor Luiz Eduardo Soares ressaltou a união que deve haver entre as polícias e disse estar emocionado. “Esse é um momento especial, pois estou trilhando esse debate a mais de três décadas. Mesmo com o antagonismo das instituições presentes precisamos caminhar. Mesmo com disputas internas existe o companheirismo. Eu sinto uma emoção grande. Sei que vamos chegar a um acordo, não de uma hora para outra, mas um acordo que seja melhor para a população carioca”, disse o professor. O debate está lançado e o SSDPFRJ vai continuar informando a categoria do andamento de outros seminários que acontecem pelo país.