Três milicianos acusados de envolvimento na morte de agente da PF em favela na Zona Oeste do Rio vão a júri popular

26 de fevereiro de 2021

Segundo MPF, policial e seu colega foram confundidos com traficantes e foram atacados a tiros na Favela do Rola.

A Justiça Federal do Rio decidiu mandar a júri popular três milicianos acusados de envolvimento no assassinato do policial federal Ronaldo Heeren, e na tentativa de homicídio do também agente da PF Plínio Ricciardi. O crime foi na Favela do Rola, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, na tarde de 13 de fevereiro do ano passado. A data do júri ainda não foi marcada.

“No momento atual não cabe ao juiz togado definir se pairam dúvidas ou se há certezas, mas apenas definir se existe um mínimo de indícios sobre crimes terem sido cometidos e sobre a autoria poder ser atribuída aos réus. Esse patamar mínimo de indícios foi descrito detalhadamente acima e está presente. Logo, é necessário que o caso seja apresentado perante o Tribunal do Júri”, escreveu o juiz Carlos Bandeira, da 4ª Vara Federal Criminal do Rio.

Dejavan Esteves dos Santos, o Armeiro; e Wenderson Eduardo Rodrigues Francisco, o Cara de Vaca, responderão pelo homicídio de Ronaldo Heeren, e pela tentativa de homicídio de Plínio Ricciardi.

As vítimas realizavam uma diligência na Favela do Rola, em uma viatura descaracterizada da Polícia Federal, quando os dois foram atacados a tiros pelos milicianos. Heeren foi baleado na cabeça e morreu local. Ricciardi conseguiu sair do carro e se esconder uma casa próxima, até ser socorrido por policiais militares.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, os milicianos confundiram os policiais federais com traficantes da facção criminosa que dominava a favela antes da milícia.

Já o terceiro réu, Leandro Pereira da Silva, o Léo do Rodo, foi denunciado por fraude processual. Segundo a denúncia, ele determinou a outros integrantes da milícia (ainda não identificados) que pichassem a viatura da PF com as iniciais da facção criminosa, com o objetivo de levar os investigadores a pensar que o ataque aos policiais federais teria sido cometido pelo tráfico, e não pela milícia.

Os três réus também responderão pelo crime de organização criminosa. O juiz também manteve a prisão preventiva do trio.

Fonte: G1

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