MP 657: Fenapef suspende paralisação de 72 horas anunciada para esta quarta, 22

22 de outubro de 2014

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Cerca de 100 policiais federais do Rio fizeram manifestação na noite desta terça-feira, 21, em frente ao edifício-sede da Petrobrás, no Centro. Com faixas e vestindo camisetas pretas com a inscrição “SOS Polícia Federal – Reestruturação já”, eles promoveram até o enterro simbólico do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em protesto contra a Medida Provisória 657/2014, que estabelece benefícios para os delegados.

A exemplo de Minas e Brasília, o ato foi um dos realizados no país para anunciar a paralisação de 72 horas a partir desta quarta, 22. Mas a greve acabou suspensa pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) já à noite, após reunião em que o Ministro interino da Casa Civil, Valdir Simão, e o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, que se comprometeram interagir com o Governo, em busca de solução para a crise que se arrasta há anos na PF, com delegados de um lado e todos os policiais federais de outro.

A MP 657 foi publicada no último dia 14, em pleno período eleitoral e no apagar das luzes, definindo melhorias injustificadas para os delegados. Chamada de “MP do vazamento”, ela seria a moeda de troca que delegados exigiram para manter sigilo de informações identificadas em operações da Polícia Federal que comprometem integrantes do Governo. Para os EPAs e os peritos criminais (que também marcaram presença no ato desta terça, 20, na Petrobras), a MP é um retrocesso na estrutura da PF e mais uma nova ameaça à reestruturação da segurança pública, uma das principais bandeiras de luta dos federais.

– A Fenapef entendeu, mais uma vez, dar um voto de confiança ao Governo. Vamos acompanhar os desdobramentos para avaliar o melhor a fazer não só para a categoria como para a população que, como nós, precisa e merece a reestruturação da segurança pública já – disse André Vaz de Mello, presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ).

A Fenapef definiu a reunião desta terça como o início de uma solução política, que vai envolver vários ministérios na busca pelo justo reconhecimento profissional de todos os policiais federais, ressaltando que o Ministro Cardozo e o Diretor da PF, Leandro Daiello, são os grandes responsáveis pela crise institucional do órgão. Ainda segundo a Federação, a alta cúpula do Governo demorou a perceber os efeitos da péssima gestão da Polícia Federal e seus impactos para os servidores e a sociedade como um todo. Para os dirigentes sindicais, a gestão da segurança pública tem sido desastrosa, e a personalidade forte de Cardozo é o maior obstáculo para conseguirmos modernizar um modelo burocrático e ineficiente de polícia fascista, herdado da época da ditadura.

– A suspensão da greve mostra que o movimento sindical da PF é apartidário e justo. Só queremos trabalhar em paz e sermos reconhecidos por nosso esforço e dedicação. Estamos há quase seis anos com salários congelados, com nossas atribuições realizadas na informalidade, pois não temos uma Lei Orgânica que reconheça nossas atividades de inteligência, análise criminal e perícias – reforçou Jones Borges Leal, presidente da Fenapef.

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