A agente Janaína Magalhães, que coordenou a segurança do presidente na campanha, hoje foi à Câmara gritar: “PSL traiu a polícia do Brasil”.
A agente da Polícia Federal, Janaína Magalhães, de 45 anos, tem uma lista extensa de serviços prestados à instituição, mas notoriedade mesmo conquistou ano passado quando foi uma das coordenadoras de segurança da campanha do então candidato Jair Bolsonaro e o acompanhou até a sua posse. Lotada no Rio, ela atua no Núcleo de Segurança de Dignitários.
Mas na tarde dessa quinta-feira (4/7), Janaína estava do “outro lado” do balcão: no protesto contra a Reforma da Previdência do presidente que ajudou a proteger. Ela permaneceu em pé o tempo inteiro ao lado de outros policiais manifestantes dentro da Comissão Especial da Câmara. No final, quando a categoria saiu derrotada na votação, entoou com os colegas o coro que atinge o partido do presidente: “PSL traiu a polícia do Brasil”, como mostra o vídeo feito pelo Radar. Na palma da mão e na voz bradava as palavras de ordem.
Janaína tem 24 anos de PF e conta que falta um ano para se aposenta. Pelas regras do texto da reforma ela precisará de mais dez anos de serviço para conquistar esse direito. “Se fosse mais dois ou três anos, tudo bem. Mas dez anos! É injusto! Que seja uma transição mais justa”, contou ao Radar. A policial cotou também que trabalha desde os 14 anos quando era atendente em lojas no Madureira Shopping, bairro da zona norte do Rio.
Reconhecida na Câmara, a agente que atuou na segurança de Bolsonaro, a princípio, ficou preocupada. Ela contou que dada a proximidade conquistada na campanha, procurou algumas pessoas do entorno do presidente para falar das reivindicações da categoria. Ela integra a diretoria do sindicato dos policiais federais do Rio, mas evitou contato com o presidente que a conhece bem do trabalho que realizou na campanha.
Janaína não estava ao lado de Bolsonaro durante o atentado de Juiz de Fora, mas foi ela quem montou toda a escala, inclusive a precursora, equipe que viaja dias antes para cuidar de detalhes, entre os quais, identificar hospitais, caso necessário. “Pois é, não estava. Estive com ele aqui em Brasília, na véspera do atentado e o despachei para o Rio”.
Fonte: Coluna Radar, Revista Veja