Em evento na Bahia, líder da entidade da PF acredita que a discussão do tema pode trazer melhorias significativas para toda a população
A segurança pública é, hoje, um dos temas de maior visibilidade no País. Em 2017, o número de mortes violentas no Brasil foi recorde, sendo registradas sete a cada 60 minutos – um total de 63,8 mil mortes. Pensando nisso, universidades e organizações nacionais e internacionais se reúnem até sexta-feira (9) para discutirem novos caminhos para o setor e para a defesa das fronteiras internacionais no 2º Congresso Internacional de Segurança e Defesa, em Salvador (BA).
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luís Antônio Boudens, participou do evento nessa quinta (8) e conversou com policiais e estudantes das universidades sobre ciclo completo de polícia e carreira única. “Precisamos de uma reformulação na segurança pública, tanto no aspecto estrutural das polícias como no aspecto da carreira. A combinação dessas medidas é necessária e urgente para conseguirmos melhorar os números da segurança pública no Brasil.”
Boudens ressalta, ainda, a importância de participar de um evento que reúne especialistas e sociedade em geral. “Nossa experiência enquanto policiais federais pode enriquecer o debate sobre segurança pública, pois essa é uma preocupação real de toda a população nos dias de hoje. Isso só reforça as parcerias que construímos durante todo esse tempo, que tem como intuito maior o fortalecimento do setor”, comenta.
Ciclo completo e carreira única
Atualmente, no Brasil, várias polícias são acionadas para investigar e solucionar a mesma ocorrência. Os policiais federais não atuam em ciclo completo devido à falta de uma carreira única, prevista na Constituição.
“Esse modelo não consegue acompanhar e combater com integralidade todo o evento criminoso. O policial que atende uma ocorrência de crime deve ter a possibilidade legal de investigá-la até o fim, sendo capaz de unir a sua expertise operacional à sua capacidade investigativa”, explica Boudens.
Para ele, outro problema dentro da carreira é a atual estrutura, com concursos distintos para cada cargo. Segundo presidente da entidade, isso pode ser um fator de desmotivação dos operadores da segurança pública. “Com essa reestruturação, haveria uma adequação e reorganização interna, modernizando a segurança pública e agilizando o andamento dos processos.”
Congresso
O objetivo do evento é promover uma ampla discussão, reflexão e troca de conhecimentos sobre novas metodologias, tecnologias, inovações, estratégias e diretrizes para um melhor planejamento na área de segurança e defesa. O 2º Congresso Internacional de Segurança e Defesa segue até sexta (9).
A Federação Nacional dos Policiais Federais apoiou o evento, que contou também com a presença do diretor parlamentar da entidade, Marcus Firme.
Fonte: Fenapef