Polícia Federal prende banqueiro em nova fase da Lava Jato no RJ

3 de agosto de 2018

Segundo o MPF, trata-se de um complexo esquema de lavagem de dinheiro que envolvia diretores de uma joalheria, empréstimos fictícios e offshores de fachada

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem nesta sexta-feira, 3, três mandados de prisão temporária contra suspeitos de lavagem de dinheiro através de uma joalheria no Rio de Janeiro. Um dos alvos é o banqueiro Eduardo Plass, que foi presidente do Banco Pactual e é sócio majoritário do TAG Bank, no Panamá, e da gestora de recursos Opus.

Plass é próximo ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e já conduzido coercitivamente em janeiro de 2017, em operação que investigava ilegalidades no pagamento de contas da ex-mulher de Cabral, Suzana Cabral, com dinheiro vivo. Procurado por VEJA por meio de sua empresa de gestão de recursos, ele ainda não se manifestou até a publicação desta nota.

Batizada de Hashtag, a operação é um desdobramento da Lava Jato no Rio. Segundo o MPF, o esquema consistia no recebimento de dinheiro em espécie por diretores de uma joalheria em Ipanema, na zona sul do Rio, e na posterior transferência de valores para uma empresa offshore de fachada.

Essa empresa, por sua vez, enviava o dinheiro para outra empresa offshore de fachada que, por fim, encaminhava os valores para a holding do mesmo grupo da joalheria.

Aparência de legalidade

Ainda de acordo com a procuradoria, para dar aparência de legalidade às transações, a equipe de Eduardo Plass assinava contratos fictícios de empréstimos com os diretores da joalheria, forjados como se fossem empréstimos.

O esquema aconteceu entre 2009 e 2015, quando foi cometida, segundo a investigação, uma série de crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, pelos diretores da joalheria, que agora colaboram com as investigações do MPF, e pelos alvos da operação de hoje: Eduardo Plass, Maria Ripper Kos e Priscila Moreira Iglesias (ambas sócias de Plass).

Foram entregues no exterior 24,3 milhões de dólares, o equivalente a mais de 90 milhões de reais. O MPF pediu o bloqueio deste valor a título de reparação de danos e valor equivalente a título de danos morais, totalizando 181 milhões de reais.

Fonte: Revista Veja

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