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14 de agosto de 2022

Dia dos Pais é uma data especial em que o SSDPFRJ aproveita para homenagear os policiais federais que conciliam esta profissão estressante e intensa com a paternidade. Neste ano, o Sindicato convidou o EPF Roberto Uchôa, o PPF Gustavo Accioly e o APF aposentado Cícero Sílvio Pontes Pinho para tratar sobre a mudança que a experiência de ter filhos provocou nesses homens policiais.

Pai de Eduarda, 9, Joaquim, 5, e Tomás, 2, o EPF Roberto Uchôa brinca que é “um louco” por ser pai de três, mas admite que adora a função. “A paternidade afeta todos os aspectos da nossa vida e acredito que o impacto na vida de um profissional da segurança pública é ainda maior pela frequente exposição ao perigo. Eu mudei muito. Tenho mais precaução e cuidado”, afirma ele.

Cuidado também passou a fazer parte da vida do APF aposentado Cícero Sílvio Pontes com mais intensidade a partir do momento em que foi pai de Túlio, 32, Ícaro, 24, e Isabela, 21. Lotado no Aeroporto Internacional Tom Jobim por muitos anos, ele via de perto a atuação do órgão na repressão ao tráfico de entorpecentes, situação que afeta diretamente a juventude. “O pai policial não tem como evitar que suas preocupações acabem se traduzindo em uma constante e velada vigilância da vida social de seus filhos”, diz Sílvio.

Ele também apontou que passou a zelar mais pela sua integridade física e moral, não só por ser responsável pelo sustento da família, mas porque precisava ser exemplo de retidão. “A rotina policial é recheada de experiências extremas e muitas vezes tristes. Então, o pai policial precisa voltar para casa sem que essas mazelas acabem por afetá-lo, e também a sua família”, pondera.

O PPF Accioly vivia situação semelhante a do APF Sílvio. Separar a identidade de agente de segurança pública da identidade de pai nem sempre foi tarefa fácil. “Temos que exercer nosso ofício, nem sempre agradável, e chegar em casa com o coração amoroso. Levei alguns anos para deixar o policial do lado de fora de casa”, expõe.

Pai de Luiz Gustavo, 26, e Letícia, 24, o papiloscopista conta que já teve que deixar a família em datas importantes como Natal e aniversários ou, às vezes, na mesa de jantar para ir cumprir uma missão. “Não sou eu apenas que me sacrifico no trabalho policial. Os filhos e a família também dão sua cota de sacrifício e nem sempre são recompensados”, admite ele.

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