SSDPFRJ 30 anos | Um sindicato que é referência para o Brasil | Entrevista com o vice-presidente Luiz Carlos Cavalcante

Entidade comemora três décadas de existência se preparando para as conquistas futuras

24 de agosto de 2020

Em homenagem aos 30 anos do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal do Rio de Janeiro, iniciamos a publicação de uma série de matérias sobre a história e a pujança do SSDPFRJ

 

A atual Diretoria Executiva do SSDPFRJ

O Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal do Rio de Janeiro (SSDPFRJ) comemorou em 22 de agosto seus 30 anos de existência. São três décadas durante as quais o sindicato se consolidou como um dos mais fortes e representativos na vanguarda do sindicalismo nacional, trabalhando para representar, proteger e defender os servidores da Polícia Federal. Anos de luta diária por direitos, bem como melhores condições de trabalho e efetividade da categoria. Ainda há muito para ser conquistado, sobretudo, a construção de uma Lei Orgânica da PF que seja justa e boa para todos.

Liderada pelo presidente Gladiston Silva, a diretoria do SSDPFRJ é uma continuidade da gestão pró-ativa do ex-presidente Luiz Carlos Cavalcante, atualmente vice-presidente do sindicato e também da Fenapef, que iniciou, em 2015, uma reestruturação interna e um necessário processo de recuperação do sindicato. E quem conta parte dessa história de lutas, por reconhecimento profissional, carreira meritocrática, mais respeito, melhores salários, organização e modernização da PF e do próprio sindicato, é o Agente Luiz Carlos Cavalcante nesta entrevista especial dos 30 anos do SSDPFRJ.

– Quais as ações mais importantes que poderiam ser destacadas na sua gestão à frente do SSDPFRJ (2015-2018)? 

Luiz Carlos Cavalcante – Embora o SSDPFRJ seja um dos sindicatos mais fortes e tradicionais do país, nossa gestão herdou um sindicato praticamente desacreditado politicamente, devido a um longo período de brigas internas e disputas judiciais entre grupos rivais. Com o apoio da excelente diretoria que hoje ainda está à frente do sindicato conseguimos dar uma guinada de 360 graus, e transformamos o SSDPFRJ em sindicato referência para o Brasil. Destaco o choque de gestão com total transparência nos gastos, ampla e completa modernização da Gestão Sindical, implantação de modernos sistemas de gestão e cotação on- line para todas as compras do sindicato. Contratação de três renomados escritórios de advocacia especializados para as áreas cível, administrativa e criminal, que deram ênfase ao incansável combate ao assédio moral e priorizaram as ações de ressarcimento contra desvios ocorridos em períodos anteriores. Destaco também a construção e inauguração do Núcleo de Atenção à Saúde, que funciona na antiga sede da Rua do Acre 47, que estava fechada e deficitária, e onde hoje, somos o único sindicato do país a oferecer gratuitamente serviços de Odontologia, Psicologia e Nutrição. Criamos o projeto Sindicato Itinerante onde levamos os serviços do sindicato e do jurídico para todas as delegacias descentralizadas, mesmo as mais distantes. Criamos a medalha do mérito policial federal, onde honramos e homenagiamos nossos aposentados, os que praticam atos de bravura, inclusive in memoriam, e que hoje orgulha a categoria. Criamos o projeto café com política onde passamos a receber parlamentares e formadores de opinião influentes na sede do sindicato. Realizamos e apoiamos diversos eventos sociais de interesse dos associados. Realizamos muito, e seguimos realizando.

– Qual foi o contexto da ‘greve dos 70 dias’, de 2012? A meta daquela época foi alcançada? Qual é a sua visão sobre este período e como o SSDPFRJ atuou junto aos seus filiados? 

Luiz Carlos Cavalcante – A greve histórica de 2012 foi deflagrada principalmente com a finalidade de obrigar o Governo a fazer algo que ele não fez até hoje, colocar em lei as atribuições de nível superior que hoje os Agentes, Escrivães e Papiloscopistas da PF exercem e executam sem nenhuma regulamentação, e, por conseguinte, reenquadrar o salário da categoria para o nível de responsabilidade exigida nas funções, salário que hoje só é pago aos Peritos e Delegados. O Rio de janeiro teve grande participação na greve com engajamento de ativos e aposentados e manifestações nos pontos turísticos que chamaram a atenção do Brasil e da grande mídia para a justa reivindicação da categoria

 – Que ações na esfera judicial, por parte do sindicato, que tenham beneficiado a categoria poderiam ser destacadas? 

Luiz Carlos Cavalcante – Obtivemos inúmeras liminares que barraram injustiças, arquivaram PADs, anularam atos administrativos e obrigaram a administração da PF a respeitar os direitos do servidor, como, por exemplo, a liminar que obrigou a PF a fornecer coletes balísticos na validade para todos os policiais e a recente decisão que obrigou a PF a fornecer EPI´s para a proteção do servidor contra o Coronavírus

– Quais conquistas importantes no Congresso e junto ao Governo Federal em nível nacional (com a Fenapef) – afinal todas são também conquistas do SSDPFRJ – poderiam ser destacadas nesse momento?

Luiz Carlos Cavalcante – Várias. Conseguimos bloquear inúmeros projetos que prejudicariam a categoria (PEC 37, PEC 412), conseguimos aprovar a MP 650 que reconheceu o nível superior dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas, conseguimos o maior aumento salarial dentre todas as carreiras do serviço público em 2016 (34%), conseguimos barrar a reforma da previdência do Temer, e conseguimos algumas mudanças na reforma da previdência do Bolsonaro que beneficiaram a categoria e seguimos lutando pela construção de uma Lei Orgânica da PF que seja justa e boa para todos (ativos, inativos e pensionistas)

– Quais medidas foram adotadas desde o início da pandemia em relação aos filiados e funcionários do sindicato? Poderia falar mais sobre esse papel desempenhado pela entidade? 

Luiz Carlos Cavalcante – Houve inclusive uma ação do sindicato na Justiça que garantiu aos policiais federais da SR/RJ, o recebimento de EPIs e trabalho home office aos servidores em grupo de risco. Desde o início a preocupação do Presidente Gladiston foi com a saúde dos servidores, realizamos diversas reuniões com a Gestão da PF onde cobramos providências para proteger os nossos, principalmente os que estão na linha de frente. Como percebemos demora e certa burocracia na adoção de medidas concretas pela PF, ingressamos com as medias judiciais cabíveis onde obtivemos êxito numa liminar que obrigou o fornecimento de EPI´s para os nossos servidores e a colocação em home office de todos dos grupos de risco, pedimos ainda ao TRF2 que suspendesse toda e qualquer operação com aglomeração de servidores durante a pandemia, com exceção apenas de operações que tivessem como objetivo reprimir desvios na saúde

– Que outras iniciativas, como congressos, seminários e outros debates importantes realizados pela categoria, poderiam ser destacadas?

Luiz Carlos Cavalcante – Gostaria de destacar a parceria com a universidade IBMR, os seminários e iniciativas para a prevenção ao suicídio lideradas pelo psicólogo da PF Salvador Juliano, associado nosso, suplente da Diretoria e coordenador do projeto de psicologia do sindicato, que foram um marco dessa luta.

– Quanto a medidas de transparência, é notório que o sindicato tem uma grande preocupação no setor de comunicação a fim de aproximar e informar seus filiados. Seja pelas redes sociais e pelo site. Como é feito usualmente o acesso à prestação de contas, balancetes, auditorias, mensagens e avisos importantes? 

Luiz Carlos Cavalcante – Uma das prioridades da nossa gestão sempre foi a total transparência na aplicação dos recursos da categoria. Criamos uma área restrita no site onde apenas o associado com login e senha que ele cadastra após o primeiro login e verificação de autenticidade, pode acessar todos os balancetes e gastos do sindicato. Além do balancete que vem em linguagem contábil, colocamos um resumo simples de fácil compreensão. Tudo preto no branco, arrecadamos X, gastamos Y, pagando a A, B e C, temos Z em caixa. Isso é dever de qualquer gestão e respeito ao associado que contribui com sacrifício para fazer o Sindicato forte e representativo que ele é hoje.

 

Sindicato forte e representativo

Às vésperas da posse do Presidente da República, o SSDPFRJ, juntamente com alguns dos responsáveis por sua segurança durante a campanha eleitoral, homenageou Jair Bolsonaro

O SSDPFRJ foi fundado oficialmente em 22 de agosto de 1990. Possui, atualmente, uma moderna estrutura de atendimento a todos os seus associados e familiares e está localizado na Avenida Venezuela, 3, a poucos passos da Praça Mauá e da Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro. 

Colegas homenageados pelo SSDPFRJ

 

O deputado federal Hugo Leal recebe uma placa do SSDPFRJ

A atual Gestão do Sindicato criou, em 2015, a Medalha do Mérito Policial Federal, com o objetivo de homenagear aqueles que cumpriram sua missão e conquistaram a merecida aposentadoria,  aqueles que praticam atos de bravura e fazem a diferença na PF e na sociedade.

Descerramento do painel com a Galeria dos Ex-Presidentes

 

Alguns dos homenageados com a entrega de medalhas

 

Em dezembro de 2016, em homenagem à sua história, o SSDPFRJ inaugurou, em evento marcante, a galeria de Presidentes. Com o apoio do sindicato também foi fundada a Galeria dos Heróis da PF, na sede da Superintendência Regional do Rio.

O sindicato possui o Núcleo de Atenção à Saúde Sebastião Moreira, inaugurado em 2016, pela atual Diretoria, localizado na antiga sede da Rua do Acre n. 47 que oferece assistência odontológica (associados e dependentes), psicológica e Nutricional a todos os nossos filiados. Além do Núcleo, o SSDPFRJ oferece um conjunto robusto de convênios (educação, saúde, lazer, veículos, beleza, vestuário, restaurantes, etc) que beneficiam associados e dependentes.

O SSDPFRJ possui, ainda, em seu patrimônio, duas sedes campestres, uma em Pedra de Guaratiba e outra em Macaé.

Os atuais vice-presidente, Luiz Carlos Cavalcante, e o presidente do SSDPFRJ, Gladiston Silva

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