Procuradores da Lava Jato em Curitiba criticam fim da força-tarefa e Fenapef lança Nota Oficial

7 de julho de 2017

Procuradores do Ministério Público Federal que atuam em Curitiba no âmbito da operação Lava Jato divulgaram uma nota, no início da noite desta quinta-feira (6), repudiando a decisão da Polícia Federal de por fim à força-tarefa exclusiva da operação no Paraná.

Agora, a equipe  que atuava na Lava Jato em Curitiba será lotada na Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), que trabalha com qualquer investigação de corrupção comum. Somente em Curitiba havia um grupo de trabalho dedicado exclusivamente à Lava Jato.

Para os procuradores, a dissolução do grupo de trabalho vai atrapalhar as investigações.

 

“A anunciada integração, na Polícia Federal, do Grupo de Trabalho da Lava Jato à Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas, após a redução do número de servidores a menos de metade, prejudica as investigações da Lava Jato e dificulta que prossigam com a eficiência com que se desenvolveram até recentemente”, diz trecho da nota, que ainda resgata números de valores recuperados com as investigações de corrupção.

No texto, os procuradores de Curitiba criticam ainda o governo Temer por ter reduzido “drasticamente” o efetivo da PF na operação e chamam atenção para seguinte fato: o primeiro escalão deste governo também é alvo das investigações.

“A operação Lava Jato investiga corrupção bilionária praticada por centenas de pessoas, incluindo ocupantes atuais e pretéritos de altos postos do Governo Federal (…)  O efetivo da Polícia Federal na Lava Jato, reduzido drasticamente no governo atual, não é adequado à demanda”, dizem.

A Fenapef se manifestou em Nota Oficial:

A Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef, legítima representante dos 15 mil policiais federais do país, recebe com preocupação a notícia de que a Polícia Federal decidiu mudar a estrutura de trabalho da Operação Lava Jato, a mais bem-sucedida operação da Polícia Federal.

Ao desestruturar a força-tarefa, a Lava Jato passará a seguir o rito normal de um inquérito policial comum, que têm trâmites excessivamente burocráticos. Também terá que dividir recursos financeiros e de efetivo policial com outras investigações, passando os policiais federais a concorrer em escalas de sobreaviso, espécie de plantão para atuar em flagrantes da unidade policial.

O formato de força-tarefa permitia contato da Polícia Federal com o Ministério Público e com o Judiciário de forma permanente, célere e exclusiva, empregando eficiência nas investigações.

A Fenapef irá procurar a Direção Geral da PF para apurar o motivo das mudanças.

Em time que está ganhando não se mexe!

Confira a íntegra.

 

Nota da Força Tarefa da Lava Jato:

http://lavajato.mpf.mp.br/

Fonte: Revistaforum.com.br
             Agência Fenapef

 

 
 

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