Policiais federais confirmam disposição de parar na Copa

9 de maio de 2014

No Rio, ato desta quarta, 7, ocorreu em frente ao Vivo Rio, durante a convocação da Seleção Brasileira

A menos de 40 dias da Copa do Mundo, escrivães, papiloscopistas e agentes federais de todo o Brasil voltaram às ruas nesta quarta-feira, 7, com atos criativos que reforçaram as reivindicações e confirmaram que, caso o governo não oficialize uma proposta para a Segurança Pública, a categoria entrará em greve durante o evento esportivo. No Rio, cerca de 100 servidores se concentraram em frente à sede da Superintendência Regional, na Praça Mauá, de onde partiram às 10h para a entrada da casa de show Vivo Rio, no Aterro do Flamengo, onde foi anunciada a convocação dos jogadores que irão compor a Seleção Brasileira.

Recorrendo ao elefante branco inflável, faixas e mordaças vermelhas que simbolizaram o protesto contra o silêncio da repressão, os policiais voltaram a ressaltar a urgência da reestruturação na PF como caminho para a segurança de qualidade. O presidente em exercício do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ), André Vaz de Mello, falou sobre o movimento mantido em todo o país pela categoria que, só esse ano, já realizou 13 atos.

– Nossa luta é por uma Segurança Pública melhor, por um departamento que tenha profissionais motivados. Atualmente, pelo menos 250 EPAs deixam a PF por ano. Precisamos mudar esse quadro, e queremos contar com o apoio da população, que deve tomar conhecimento da nossa causa. Até porque o povo não pode se iludir com eventos como o carnaval e o futebol, enquanto o governo não oferece segurança, saúde e educação para suas famílias – disse Vaz de Mello, lembrando que um dos objetivos dos protestos nas ruas é levar informações à população sobre o processo que acontece dentro da PF.

O ato – Nas diversas entrevistas que concedeu a jornalistas que aguardavam a divulgação da lista dos convocados, o presidente André Vaz de Mello frisou que o governo está enrolando a categoria. “Trabalhamos na Copa das Confederações, na visita do Papa e em outros grandes eventos com a promessa de que haveria uma negociação, mas até agora nada. Esperamos uma proposta oficial, apresentada no papel, e se isso não acontecer, já está decidimos: a Polícia Federal entrará em greve durante a Copa”, enfatizou o dirigente sindical. Iniciado às 10h30, o protesto só terminou às 13h30, com os EPAs se mantendo unidos, exibindo faixas e usando as mordaças vermelhas. O movimento atraiu a atenção do público que passou pelo entorno do Vivo Rio e interagiu com os policiais. A estimativa da Direção do SSDPF/RJ é de que, no Rio, 70% da categoria pararam nesta quarta, sem, no entanto, interferências no atendimento ao público, como serviços de imigração e de passaporte. Mas com a greve, estas atividades também serão paralisadas, fato alarmante em um período no qual os holofotes estarão voltados para o Brasil e muitos visitantes chegarão ao país.

Novos rumos – Nos próximos dias 13, 14 e 15, representantes de todos os sindicatos do Brasil estarão reunidos na Federação Nacional de Polícia Federal (Fenapef), em Brasília, definindo os rumos do movimento. O SSDPF/RJ deve realizar Assembleia Geral Extraordinária no dia 16 para informar à categoria sobre as novas determinações.

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