Fenapef acompanhará investigação sobre morte de policial federal de Niterói

30 de setembro de 2019

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) acompanhará de perto o pedido de indicação de um procurador da República para apurar responsabilidades na morte do papiloscopista Ricardo Ventura Cordeiro. “Forneceremos documentos, dados e pesquisas que tratam do adoecimento mental de policiais federais”, garantiu o vice-presidente da entidade, Luiz Carlos Cavalcante. 

Nessa sexta-feira (27), um grupo de vereadores capitaneado pelo parlamentar e policial federal Sandro Araújo (Cidadania) entregou ofício na Procuradoria da República solicitando investigações sobre o suposto suicídio, ocorrido dentro do prédio da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, no último dia 17.

“Sabemos que o assédio moral é uma endemia na PF e que 33 colegas cometeram suicídio nos últimos dez anos”, explicou o vereador que era amigo pessoal de Ventura. “Foi chocante saber que, mesmo com um colega morto dentro da repartição, o expediente continuou normalmente”, lamentou.

Juntamente com os vereadores Renatinho e Paulo Eduardo Gomes (Psol), Ricardo Evangelista (PRB), Verônica Lima (PT), João Gustavo (PHS), Casota (PSDB), Milton Cal (Progressistas) e Renato Carrielo (PDT), Sandro Araújo pede uma apuração sobre as circunstâncias que levaram ao ato desesperado do colega.

Endemia de suicídio

Os elevados índices de suicídio entre policiais federais são uma preocupação da Fenapef. No dia 18 deste mês, o presidente da entidade, Luís Boudens e o vice, Luiz Carlos Cavalcante, estiveram com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro para apresentar estatísticas e pedir apoio. A ideia é que a Polícia Federal tenha programas de prevenção e acompanhamento para os policiais que apresentem sinais de sofrimento mental.

Em agosto, o Grupo de Estudo de Pesquisa em Suicídio e Prevenção (Gepesp), ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), divulgou pesquisa apontando que o número de suicídios entre os agentes de segurança pública mais que dobrou nos últimos dois anos.

“Entre as medidas que julgamos indispensáveis está a atualização e reedição da portaria n. 2 de 2010, que estabelece as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública. As medidas previstas na norma nunca foram cumpridas de maneira constante e efetiva”, afirma Boudens.

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