Policiais aposentados contam como se prepararam para aposentadoria

17 de junho de 2021

Nesta quinta, dia 17, é comemorado o dia do servidor público aposentado. Na Polícia Federal, é comum encontrar homens e mulheres policiais que se aposentam em idade produtiva. Eles conseguem ter uma aposentadoria saudável contribuindo em diversos setores para a sociedade. Porém, muitos policiais, passam por um processo longo de adaptação e de reinserção no mercado de trabalho, ou mesmo na vida familiar, pois dedicam muitos anos de sua vida ao trabalho e a polícia.

Antes da reforma da previdência havia uma geração de policiais que entrou no órgão cedo, por volta dos seus 20 e tantos anos e conseguiu se aposentar na faixa dos 50, como é o caso dos APFs Fábio Domingos, 59, aposentado há 10 anos, e Eduardo Dantas, 50, aposentado em 2018. Ativos e saudáveis, eles mostram como seguiram suas vidas em outras profissões. Dantas, por exemplo, enfatizou a importância de cuidar da saúde, muito negligenciada na cultura policial.

“Eu sempre observei que muitos colegas se aposentavam e morriam pouco tempo depois. Então, me preparei psicologicamente, pensei em como ia ser e fui cuidar da saúde. Porque eu estava com vários problemas. Fiz a cirurgia bariátrica para retomar o controle da minha vida. Eu não queria cair na armadilha de ir pra praia e ficar tomando chope o dia inteiro. A minha ideia de aposentadoria não era essa. Não queria fazer disso um estilo de vida”, afirma.

Após a aposentadoria, Dantas retomou a profissão de ator, uma paixão antiga que ficou perdida na juventude, abriu uma produtora de filmes, a 2DO, e continua administrando sua empresa de segurança privada, a Limitz.

O APF aposentado Fábio Domingos deixou em janeiro o cargo de Secretário Municipal de Política de Drogas de Niterói (SEPOD-NIT). Ele estava na função desde 2019 e certamente a vasta experiência atuando na DRE, na Polícia Federal, foi decisiva. Esbanjando boa forma, ele conta que nunca pensou em parar de trabalhar e entrega que fazer um planejamento para o momento de se aposentar faz toda a diferença.

“Digo que construímos o futuro a cada passo na vida. Temos que iniciar uma preparação psicológica, traçar uma meta e já focar em parar. São quatro anos que podem envolver cursos, estudos e divulgação na sua rede de amigos e conhecidos. Logo que parei, entrei para fazer consultorias e assessoramento e, assim, veio um convite para trabalhar no Estado como diretor de fiscalização do Procon-RJ”, conta.

Outra ideia comum na profissão que Fabio desmistifica é de que acabada a carreira na polícia, o policial aposentado não saberia realizar outra atividade, a não ser atuar com segurança. “Muitos colegas caem na ilusão de que só sabe fazer “polícia”, e só vislumbram essa possibilidade. Isso também está no consciente coletivo, mas não é real”, alerta.

Notícias